terça-feira, 9 de agosto de 2011

A realidade do jogo da vida

Pedro nasceu no interior do país
conhecer o mundo foi o que ele sempre quis
de pés no chão e olhos para o horizonte
ele imaginava a vida além dos montes
passava por problemas e tinha 10 irmãos
trabalhava no campo e a comida vinha de suas mãos.
Seu pai faleceu quando ele nasceu
e nem ao menos seu pai ele conheceu
sua mãe era analfabeta e com saúde fraca, ficou doente
ela partiu, deixando sua semente.
Pedro veio tentar a vida na cidade
e então descobriu que no mundo também exisita a maldade
gente que queria roubar e enganar
logo tentaram seu coração levar,
lembrava de sua mãe, que o havia ensinado:
seja honesto para não ser enganado
e o menino seguiu sua orientação
e descobriu que tinha uma vocação
foi tentar a vida como faxineiro
depois tentou ser pedreiro e depois lixeiro
também tentou ser lavador de escadas
mas ele viu que sua profissão era a enxada
porém nunca recebera pelo seu trabalho
portanto tentou pegar um atalho
e foi morar em um banco da praça
e via que seu sonho enchia-se de traça.
Pedro trabalhava o dia inteiro
vivia limpando prédio ou canteiro
nos prédios e casas dos ricos patrões
e de noite ele vigiava portões,
e foi aí que ele comprou um barraco
num desses morros ou em qualquer buraco.
Pedro sentia saudade de sua terra
coisas que o próprio tempo enterra,
mas ele não tinha dinheiro para voltar
portanto ficou para não se revoltar
contra o governo e sua gente
que ao trabalhador honesto mente.
Pedro foi assaltar para não morrer
pois ele queria ser alguém, queria sobreviver
porém nosso amigo não era mau
pois ele não queria ser “anormal”
só queria ter uma vida com dignidade
queria apenas uma oportunidade
e então ele mostraria seu imenso valor
mas esse mundo é cheio de ódio e rancor.
ele comia pão velho e as vezes pedia sobras de comida
de porta em porta vivia pedindo, essa era a sua “sina”
“o crime não compensa” ele pensou
mas de lutar em vão ele se cansou.
A vida é dificil e dura
deixa marcas e cicatrizes que não tem cura
por policiais ele foi perseguido
ele roubava para comer, não para ser temido
e por causa de comida, ele matou alguém acidentalmente
sofreu ao saber que sua vida se tornara algo inconsequente
drogas ele teve que negociar para poder viver
e viu que se afundava cada vez mais em um interminável sofrer
logo ele se viu em um beco se saída em uma sociedade corrupta e orgulhosa
perdeu-se para sempre para uma vida egoísta, que ostenta ser poderosa
m um mundo perdido
com padrões morais e éticos decaídos.
Numa cela fria ele foi viver
com marginais da pior qualidade conviver,
daqui a 15 anos ele sairá um verdadeiro profissional
totalmente ingressado numa vida criminal
essa não era a vida que ele pretendia
muito menos a que sua falecida mãe queria
mas a realidade dói demais no coração
em uma sociedade e governo desmoralizado em corrupção
as autoridades fingem ver esses problemas sociais
mas se fixam sem seus próprios assuntos oficiais
e ainda acreditam ter toda a razão
de viverem suas vidas com toda o luxo em uma mansão
se nós é que vivemos em uma eterna prisão!

Crônica do livro "Reflexões de uma vida" - Valentine Cirano

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